Flordelis e Dr. Jairinho envergonham a atividade política

    Um homem bem vestido, médico, filho de coronel, tem a confiança de seus colegas no trabalho, destaque na vida pública, articulado e com boa instrução.

    Uma mulher de origem humilde, com a imagem de batalhadora, conseguiu a confiança de uma comunidade, teve sua história de vida validada em filme com elenco famoso, por quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais, além do apoio da sociedade que ajuda a manter o projeto Ministério Flordelis.

    Em comum essas duas pessoas tem o fato de exercerem cargos públicos, de terem conseguido a confiança e o voto popular para representarem o cidadão da cidade e do estado onde vivem.

    Jairo é vereador pela cidade do Rio de Janeiro. Flordelis é deputada federal pelo estado do Rio. Ele está preso pelo suposto assassinato do enteado Henry Borel, de 4 anos. Ela está proibida de sair de casa entre 23h e 6h da manhã, obrigada a usar tornozeleira eletrônica, denunciada pelo Ministério Público como mandante do assassinato do próprio marido, Anderson do Carmo.

    Exercer um cargo político público e participar da tarefa legislativa é uma atividade nobre e essencial a que os dois tiveram acesso. Os regimentos internos que regulam as funções do vereador e da deputada precisam ter meios e vontade de remover com mais rapidez os políticos sobre os quais pesam tais tipo de acusação. No caso dos dois, com indícios tão sólidos a ponto de desmoralizar os colegas e as Câmaras onde Jairo e Flordelis trabalham. 

    O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados está há seis meses com o processo que pede cassação de Flordelis. Hoje, os vereadores decidiram reenviar o processo de Dr. Jairinho para o Conselho de Ética deles. Até o afastamento definitivo, ele ainda pode continuar sendo chamado de vereador. Serão mais rápidos ou é apenas mais um procedimento a atrasar a cassação, como fazem os deputados com Flordelis?

    Se as regras internas permanecem as mesmas, não adianta debater a nova política e eleger novos quadros. É deixar o caminho livre a candidatos que usam novos discursos para cometerem crimes antigos.

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